Hidrogênio verde: um novo fator de riqueza para o Brasil
O hidrogênio verde (H2V) é apontado como essencial para a transição energética e uma promissora alternativa para a descarbonização da economia. Especialistas e autoridades destacam que o Brasil possui um potencial significativo para se tornar um polo mundial dessa indústria em crescimento, aproveitando sua vasta dimensão territorial e fontes renováveis.
Recentemente, o CB Debate — Hidrogênio Verde: o Combustível do Futuro abordou os desafios e oportunidades do setor no país. O evento, realizado pelo Instituto Cultura em Movimento e apoiado pelo Correio Braziliense, contou com patrocínios do Banco do Nordeste (BNB), Caixa Econômica Federal e governo federal, além do apoio da Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra).
Desde 2021, foram anunciados 131 projetos de grande escala, totalizando investimentos de US$ 500 bilhões até 2030, com o Nordeste brasileiro liderando esses investimentos. O presidente do BNB, Paulo Câmara, enfatizou que projetos começam a sair do papel, especialmente no Ceará, com US$ 30 bilhões em memorandos de empresas. "Desenvolvimento econômico e social devem caminhar juntos com a agenda sustentável", destacou Câmara.
Ricardo Cappelli, presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), alertou sobre a importância de não se limitar à exportação de commodities. "Nosso desafio é financiar um novo ciclo de industrialização no país", disse. Jean Rodrigues Benevides, da Caixa Econômica, reforçou a necessidade de considerar os limites naturais para garantir crescimento sustentável.
Apoio à Regulação
A recente sanção da Política Nacional do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono estabelece um marco legal para o setor, incentivando a produção de energia com redução de tributos e emissão de certificações. Durante o debate, o deputado Fernando Monteiro (PP-PE) afirmou que o marco regulatório dará um direcionamento claro para investidores, embora ainda existam desafios, especialmente em relação aos subsídios fiscais. João Paulo Rodrigues, da Neoenergia, salientou a necessidade de clareza sobre os incentivos previstos na lei para promover o desenvolvimento equilibrado da tecnologia no Brasil.
Produção e Sustentabilidade
O mercado de hidrogênio verde no Brasil apresenta grandes oportunidades, especialmente no Nordeste, que possui condições ideais para a produção de energia renovável. Aldemir Freire, do BNB, destacou a importância de garantir que os benefícios dessa nova indústria impactem socialmente a região.
No CB Debate, Luiz Piauhylino Filho, do Instituto Nacional de Energia Limpa (Inel), alertou sobre a necessidade de investimentos em infraestrutura e mão de obra especializada. Ele também apontou os desafios financeiros significativos, com custos elevados para a produção e infraestrutura de transmissão do hidrogênio.
Marcelo Fiche, coordenador de projetos de hidrogênio verde da RBCIP, destacou a importância da pesquisa e desenvolvimento para superar os gargalos e citou exemplos internacionais, como a Alemanha, onde investimentos robustos impulsionam a inovação no setor. Fiche ressaltou que o Brasil precisa de políticas públicas efetivas para avançar no mercado de hidrogênio verde, aproveitando seu potencial natural e estratégico.
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