Porto Alegre, 30 de Novembro de 2023 – Em uma iniciativa pioneira, o Rio Grande do Sul se posiciona como o próximo grande polo de hidrogênio verde (H2V) no Brasil. A parceria estratégica entre a Rede Brasileira de Certificação, Pesquisa e Inovação (RBCIP), a TecnoPuc de Viamão, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), a Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), e a Green World Energy (GWE) visa impulsionar o mercado de energia renovável, tanto no estado quanto no país.
A iniciativa marca a construção da planta piloto de H2V, prevista para iniciar operações em 2024. Este projeto não apenas fomenta a inovação tecnológica, mas também promete um impacto significativo na economia local e nacional. Segundo estudos, o mercado de H2V no Brasil tem o potencial de gerar cerca de R$ 150 bilhões por ano até 2050, com R$ 100 bilhões provenientes de exportações.
O projeto envolve a criação da REDLABSUL, um conjunto de laboratórios multiusuários integrados, voltados para o desenvolvimento do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Energia Renovável e Hidrogênio (CDT-ERH). Este centro utilizará tecnologias avançadas para tratamento de esgoto, produzindo água limpa que será utilizada na fabricação de H2V.
Geraldo Jotz, pró-reitor da UFRGS, ressalta a importância do projeto não só para o setor público, mas também para a iniciativa privada, atraindo investimentos e beneficiando a economia local. Marcelo Fiche, presidente da RBCIP, destaca que a planta será única no Brasil, integrando energia fotovoltaica, eólica e do GRID para produção de H2V.
A RBCIP estima que a planta gerará cerca de 20 mil empregos diretos e indiretos em um período de cinco a dez anos, com investimentos na ordem de 10 bilhões de dólares. Além disso, há planos para qualificar 500 engenheiros químicos, elétricos e mecânicos em 2024.
Marcelo Vieira, CEO da GWE, enfatiza que a planta não só produzirá H2V, mas também estudará rotas importantes para o hidrogênio, como o gás sintético, diesel verde (HVO), metanol verde, amônia verde e fertilizantes verdes. Ele também destaca o potencial do Rio Grande do Sul como um ponto estratégico para a exportação devido à sua estrutura portuária.
A nível global, a demanda por hidrogênio está em ascensão, com a busca por alternativas mais sustentáveis e em conformidade com o Acordo de Paris. O Brasil, com 87% de sua matriz energética proveniente de fontes renováveis, tem potencial para se tornar um líder mundial na produção de H2V.
O evento contou com a presença de Cesar Schirmer, Secretário Municipal do Planejamento e Assuntos Estratégicos de Porto Alegre, o Vereador Adeli Sell e membros da Companhia Riograndense de Saneamento, reforçando a importância e o apoio do setor público a esta iniciativa.
Commentaires